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Pré-História e Lendas de Batalha

Situada em região semi-árida do norte piauiense, o município de Batalha guarda em suas ressequidas matas, furnas e rochedos as marcas de um rico e diversificado folclore, interessantes lendas, além de várias inscrições rupestres e ocorrências minerais promissoras.
Não é preciso nos deslocarmos muito da cidade para encontrarmos um dos mais curiosos monumentos que une vestígios pré-históricos ao folclore fabuloso da região. Trata-se da Pedra do Letreiro, muito conhecida pelo povo batalhense e situada na zona suburbana a sede do município. Temos ali uma rocha arenítica comprida, alta e estreita, semelhante á um longo paredão repleto de pinturas pré-históricas em cor vermelha mostrando algumas figuras tanto desgastadas. Estando as pinturas diretamente expostas às intempéries, quase não conseguimos mais discernir as figuras ali presentes, que também a costumeira ação dos vândalos.
A pedra do Letreiro transformou-se em objeto de culto popular quando uma senhora, que reside nas suas proximidades, teria adoecido de uma perna e imaginou em sonho que se fizesse uma quermesse no local obteria um cura completa. Assim foi feito e anualmente ocorre um pequeno festejo no local, um espaçoso campo arenoso . Os moradores circunvizinhos contam muitas histórias sobrenaturais sobre a Pedra Pintada, que possuía uma cruz no seu topo e muitos tocos de velas em suas, reentrâncias, constituindo-se num centro de superstições e místicas devoções.
Cerca de 6 quilômetros a noroeste da cidade, às margens da estrada que liga à Cachoeira do Urubu, está localizada a Fazenda Paquetá, de propriedade do Professor Valdemar. Ali encontramos, pintadas inúmeras figuras geométricas em cor vermelha. As pinturas estão bem conservadas, a maioria em forma de triângulos, círculos ou assemelhando-se à duplas machadinhas, imagem muito comum em nossa cenografia rupestre.
Vale a pena visitar a mina de ametista do município, situada a uns 4 quilômetros da cidade, rumo ao município de Barras. Explorada há mais uma década atrás, está hoje completamente abandonada. Sua Profunda Galeria e sua estrutura superior de madeira reflete até que ponto houve um intensa exploração no local. Ao redor do poço principal estão montículos de terra onde ainda é possível se encontrar alguns cristais de baixa qualidade. A Mina integrou-se ao histórico do município , sobre as riquezas dela extraídas ainda hoje geram-se amplas e desencontradas especulações.
Alguns poucos quilômetros distantes da mina está a “Cidade Perdida”, que nada mais é que um conjunto de afloramentos areníticos runiformes, semelhantes aos de SETE CIDADES, onde podemos contemplar muitas rochas de formatos bizarros. Parece não haver pinturas rupestres no local.
No lugarejo Bela Vista há um abrigo rochoso com algumas pinturas, além de furnas e tanques naturais que poderão se constituir em futuros objetos de pesquisa arqueológica.
No Povoado Lages há uma outra Pedra do Letreiro, em local ermo onde, há alguns anos, foi explorado cristal de rocha. Dizem moradores das redondezas que a maior parte das pinturas foi destruída pelos próprios garimpeiros .
O culto a personalidades esquisitas e polemicas também tem sua participação no Folclore de Batalha, tudo em geral centralizado em pedras consagradas. A pedra do Nego Véi, no lugarejo Anajás , é uma especie de pequeno banco de pedra, onde há decênios teria sido assassinado um cidadão vulgarmente conhecido como “Nego Véi”. O local é objeto de grande veneração, como se comprova pelos inúmeros restos de velas e pelos ex-devotos espalhados pelo Chão. Camponeses da região informam que conhecidos já conseguiram curas milagrosas.

Já a história da Pedra do Canastra era é bem mais interessante. Dizem que canastra era um cangaceiro “empautado” que teria vivido em Batalha no inicio do Século XX. Terrivelmente violento e assassino a facínora sempre escapava dos cercos policiais por possuir a faculdade natural de transformar-se em inseto, cavalo ou outro animal, despistando seus perseguidores. Além disso, parece que tinha o corpo fechado, segundo as crendices sertanejas.
Um esperto e resoluto soldado teria sido o responsável pela morte do bandido Canastra. Diz a tradição que o militar fabricou uma bala especial e abençoada, a partir do pé de uma panela de ferro(tripé). Armada a emboscada, Canastra foi abatido, tombando sobre uma pedra que hoje leva seu famigerado nome . Consumado o fato, dizem que a soldadesca esquartejou o cangaceiro, enterrando seus restos sob a pedra. Os moradores da região mostram com inocente convicção uma mancha escura na rocha, afirmando está ali o sangue do bandido.
Em que pese o péssimo caráter do Bandido Canastra, o local de sua morte e objeto de culto, onde se acendem velas e são feitas promessas. Isto é sem dúvida uma atitude ambígua. Mas, num pais onde outros cangaceiros são por vezes proclamados com heróis, Canastra também tem seu dia de Santo.


Arquivo Histórico de Batalha - Célio Jr
AUTOR DO TEXTO ORIGNAL: Reinaldo Coutinho (Geólogo e pesquisador)
MATÉRIA PUBLICADA EM DATA NÃO INDENTIFICADA
CÉLIO JÚNIOR - ADMINISTRADOR DO BLOG

 Jornal Encontrado a Matéria - Meio Norte

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